Trecho da BR 262, conhecido por falta de acostamento e pista estreita, preocupa motoristas e moradores após sequência de ocorrências.
O anel viário sul da BR 262, em Três Lagoas, voltou a chamar atenção pelas condições precárias e pelo alto risco de acidentes. Em menos de 15 horas, três ocorrências envolvendo caminhões foram registradas no trecho, acendendo o alerta para a segurança viária na região.
O caso mais impressionante aconteceu na manhã desta sexta-feira, 09, quando um idoso de 86 anos e sua esposa precisaram agir rapidamente para evitar uma tragédia. O casal seguia em um caminhão Mercedes-Benz com destino à cidade de Ilha Solteira (SP), quando foi surpreendido por uma carreta que realizava uma ultraagem perigosa. Para evitar a colisão frontal, o motorista desviou para o acostamento inexistente e acabou tombando no barranco lateral da via.
Apesar do susto, ambos saíram ilesos. O caminhão, único meio de sustento da família, não tinha seguro, e o condutor da carreta que causou o acidente fugiu sem prestar socorro. Um empresário que ava pelo local prestou apoio ao casal até que a situação fosse controlada.
O acidente ocorreu na altura da baixada do Córrego do Onça, uma área crítica da rodovia, conhecida por sua pista simples, ausência de acostamento e desnível lateral acentuado — em alguns pontos, o asfalto chega a ficar 15 centímetros acima do solo.
A responsabilidade pela manutenção e fiscalização do anel viário foi transferida do DNIT para a Prefeitura de Três Lagoas, ficando a cargo do Departamento Municipal de Trânsito e Transportes (Deptran) e da Polícia Militar. Apesar de melhorias pontuais, como recapeamento e instalação de radares, motoristas seguem expostos a riscos constantes.
O trecho entre os os ao bairro Real Park, próximo à Rua Yamaguti Kankit, é um dos mais temidos pelos caminhoneiros. Com fluxo intenso de veículos pesados, falta de sinalização adequada, pista estreita e nenhuma faixa de escape ou área de refúgio, o local se tornou uma armadilha para condutores, especialmente em dias de maior movimento.
Moradores e usuários da rodovia pedem providências urgentes, como a duplicação do anel viário, construção de acostamentos e melhoria na fiscalização. Enquanto isso, a sensação entre os motoristas é de que a insegurança continua rodando livremente pela BR 262.
